Depois de uma jornada de mais de seis meses e 200 milhões de km, a missão Mars 2020 da Nasa, […]

Após jornada de quase sete meses, Perseverance pousa em Marte

Depois de uma jornada de mais de seis meses e 200 milhões de km, a missão Mars 2020 da Nasa, carregando o robô explorador Perseverance, finalmente chegou a Marte. O pouso aconteceu por volta de 17h55 (horário de Brasília) desta quinta-feira (18) em um local conhecido como cratera Jezero.

O Perseverance é mais um em uma longa linhagem de robôs exploradores do planeta vermelho desenvolvidos pela Nasa, que começou com o Sojourner (1997) e inclui os “gêmeos” Spirit e Opportunity (2004) e o Curiosity (2012), único que ainda está em operação.

Sua missão é encontrar indícios de que Marte já teve as condições necessárias para sustentar vida no passado. O Perseverance aterrissou no delta de um antigo rio, e ele carrega a bordo instrumentos capazes de analisar os minerais no solo e detectar compostos orgânicos. Além disso, também testará algumas tecnologias inovadoras que poderão ser essenciais em futuras missões tripuladas ao planeta.

Tensão

O trajeto da órbita marciana ao solo levou sete minutos, e foi feito de forma completamente automatizada, sem comunicação nenhuma com a Terra. Isso porque atualmente um sinal de rádio leva 14 minutos para ir de nosso planeta a Marte.

Por isso os cientistas chamaram esse período de “7 minutos de terror“, porque até receberem a confirmação do pouso não havia o que fazer além de torcer pelo sucesso da aterrissagem.

Desafio

O desafio da missão seria pousar o Perseverance no planeta vermelho sem causar danos ao rover. A complexidade que essa manobra exige é tanta, que até hoje só metade das missões que tentaram obtiveram sucesso. Além da complexidade do pouso automatizado, o desafio também era de pousar com segurança em um solo estritamente irregular.

Diagrama da sequência de pouso da Perseverance em Marte. (Foto: Nasa/JPL)

A principal dificuldade para o pouso se deu porque a atmosfera de Marte é muito mais fina que a da Terra. Com isso ela não ofereceu resistência ao rover, que caiu em alta velocidade e precisou em um intervalo de 7 minutos reduzir drasticamente essa velocidade . Para desacelerar o veículo e impedir que ele se destruísse ao se chocar com o solo marciano foi necessário combinar várias técnicas, executadas com precisão absoluta.

No início da entrada na atmosfera marciana o rover foi protegido por um escudo térmico com 4,5 metros de diâmetro, que suportou temperaturas de mais de 1.000 °C. Quatro minutos após o início da manobra, a uma altitude de 11 km, um paraquedas supersônico com 21 metros de diâmetro se abriu para reduzir ainda mais a velocidade.

Após 20 segundos, o escudo térmico foi ejetado para que câmeras e radares na parte de baixo do rover pudessem ter uma boa visão do solo. O paraquedas continuou aberto até uma altura de cerca de 2 km, quando se separou.

Ainda assim o rover, que estava preso a uma plataforma, viajava rápido demais. A penúltima etapa consistiu no uso de retrofoguetes montados na plataforma para desacelerar ainda mais o veículo. A técnica é similar à usada pela SpaceX, que aciona os motores de seu foguete Falcon 9 para reduzir a velocidade antes do pouso.

Quando a plataforma atingiu uma altitude de 20 metros em relação ao solo, ocorreu a última etapa: ela pairou no ar e usou cabos para descer o rover suavemente até o solo. Assim que ele pousou os cabos se soltaram e a plataforma voou para longe, garantindo o sucesso da missão.

Instrumentos a bordo

O Perseverance é baseado no projeto do Curiosity, que já explora o planeta vermelho há oito anos. Uma das principais novidades são as câmeras: o Curiosity tem 17 câmeras, sendo que 4 delas são capazes de registrar imagens a cores. Já o Perseverance tem 23 câmeras, a maioria delas a cores.

Rover Perseverance sendo preparado por técnicos da Nasa. (Foto: Nasa)

Além disso, a Mastcam-Z, câmera montada na ponta de um braço robótico, agora pode dar zoom e fazer fotos e panorama em HD, o que promete imagens ainda mais impressionantes de nosso planeta vizinho. E pela primeira vez um rover tem “orelhas”: dois microfones capazes de captar os sons da atmosfera marciana e das ferramentas em operação.

As ferramentas na ponta do braço robótico também sofreram um upgrade, incluindo uma broca maior para obtenção de amostras de rochas. As rodas foram reforçadas, para suportar melhor as rochas pontiagudas no solo marciano, e o peso total do rover também aumentou: são 1.025 kg, 126 kg a mais do que no Curiosity.

 

*Com informações do Olhar Digital

 

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