Após a prefeitura do Iranduba (distante 19 quilômetros de Manaus) suspender o transporte universitário na última semana, alegando falta de recursos […]

Após manifestação, Rota Universitária continuará atendendo estudantes de Iranduba

Após a prefeitura do Iranduba (distante 19 quilômetros de Manaus) suspender o transporte universitário na última semana, alegando falta de recursos para continuar bancando o benefício, os estudantes saíram pelas ruas do município reivindicando a manutenção do programa. Depois de quase sete horas de protesto, finalmente, os manifestantes tiveram sua reivindicação atendida e a Rota Universitária deve continuar até março de 2019.

O manifesto começou em frente à sede da prefeitura, por volta das 8h da manhã. Os estudantes – que estavam portando cartazes e caixa de som – solicitaram uma audiência com o prefeito Francisco da Silva, também conhecido como ‘Chico Doido’. Porém, o atendimento foi realizado pelo secretário da Casa Civil do Município, George Gomes, por volta de 11h, cerca de três horas após o início do ato.

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Os estudantes esperando serem atendidos pelo prefeito ”Chico Doido” – Foto: Divulgação

No gabinete do secretário, George Gomes disse aos representantes da Associação dos Estudantes de Iranduba, João Murilo e Eduardo Rodrigues (presidente e vice, respectivamente), que a decisão da suspensão do serviço partiu da Secretaria de Finanças, da qual é gerenciada pela filha do prefeito, Anna Viana.

Ainda conforme o secretário, a decisão foi tomada sob a alegação de que a quantidade de alunos era insuficiente e, por conta disso, o município não iria mais arcar com o benefício, pois, segundo Anna, seria um “gasto desnecessário” continuar pagando pelo serviço. Contudo, a secretária mandou suspender a rota em sua totalidade, uma vez que a suspensão tinha caráter parcial, alegando que não pretendia voltar atrás na decisão.

Princípio de tumulto

Depois de saberem que não teriam sua reivindicação aceita, os estudantes saíram da prefeitura e tomaram as ruas do local. Os manifestantes foram para estrada e fecharam a entrada para os motoristas que trafegavam de Manaus até o município. Houve ainda princípio de tumulto quando a fila parada de carros aumentou. Alguns motoristas e motoqueiros se exaltaram, enquanto outras pessoas compreenderam a situação e apoiaram a manifestação.

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Momento em que os manifestantes fecharam a estrada – Foto: Divulgação

Enquanto a manifestação prosseguia, os estudantes perceberam que, entre os veículos parados, o carro da vereadora do município Larissa Gomes (PSDB) estava no local – o que, de certa forma, serviu para que a Rota Universitária fosse aprovada.

Após ser chamada para ajudar os alunos, a parlamentar afirmou que iria marcar uma audiência com o prefeito no dia seguinte, proposta prontamente descartada. A vereadora, então, ligou para o prefeito e depois de muito diálogo, o mesmo aceitou conversar com os manifestantes. O encontro aconteceu por volta das 12h30.

As universitárias Amanda Santos, do curso de enfermagem, e Hingled Evellyn, estudante de Arquitetura, se dirigiram ao encontro do prefeito que estava no Distrito de Cacau Pirera. Depois de meia-hora de conversa, as estudantes voltaram até o local da manifestação e repassaram aos demais sobre a posição de ‘Chico Doido’, que acatou a reivindicação e se comprometeu com a manutenção da rota.

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As universitárias Amanda Santos e Hingled Evellyn em reunião com o prefeito Francisco da Silva – Foto: Divulgação

Secretaria de Educação

Segundo o prefeito, o mesmo afirmou não saber, até o momento da paralisação, acerca do cancelamento da rota. Já os estudantes salientaram que o chefe do Executivo de Iranduba havia afirmado que a decisão partiu de sua filha, que é secretária de finanças do município, e informou que a empresa foi quem alegou quantitativo insuficiente de alunos – o que, para os manifestantes, tal posição do município em não averiguar a veracidade da informação é uma atitude estranha.

Ainda conforme o prefeito, o erro foi da Secretaria de Educação, pois não foi repassada a quantidade exata de alunos, uma vez que ela é a responsável pelo controle do número de estudantes. Contudo, quem acabou passando a informação acerca da questão foi a própria empresa, o que causou estranhamento por parte dos manifestantes.

Empresas

Segundo o presidente da Associação dos Universitários de Iranduba, João Murilo, duas empresas – Donizetes Transportes e FC Transportes – ficaram responsáveis pela prestação do serviço. A prefeitura, através do Pregão Presencial 005/17, fez a contratação das empresas para cuidarem do serviço.

Os estudantes informaram que as empresas estão há dois meses sem receber o pagamento pelo serviço e, conforme o contrato, elas têm o direito de paralisar as atividades após 90 dias sem receber. Porém, segundo os alunos, os empresários não estão cumprindo essa cláusula contratual e estão parando quase que a todo momento.

Fim da manifestação

Após a decisão do prefeito, que afirmou que a Rota Universitária continuará atendendo os estudantes, os manifestantes liberaram a estrada para a normalização do tráfego de veículos e retornaram para a sede da prefeitura, local onde se deu o início do ato, a fim de anunciar o término do evento e dar a notícia sobre a continuidade da rota aos interessados, que deverá seguir até março de 2019, conforme está no contrato.

O Transporte Universitário foi aprovado por Lei Municipal em 1 de dezembro de 2016.

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Após seis horas e meia, os alunos comemoraram a decisão do prefeito e deram fim à manifestação – Foto: Divulgação

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