Semanas atrás, os agentes de segurança do Estado conseguiram prender alguns bandidos que assassinaram, decapitaram e, para ficar mais “perfeito” […]

Dependência química, servidão sexual e decapitação

Semanas atrás, os agentes de segurança do Estado conseguiram prender alguns bandidos que assassinaram, decapitaram e, para ficar mais “perfeito” e completo, ainda filmaram e postaram nas redes sociais as cenas de extrema insanidade e crueldade contra pessoas indefesas. Essa é uma das marcas da punição do crime organizado; ela tem que ser exemplar, brutal, bárbara e comovente.

Muitas pessoas em seu íntimo se perguntam o porquê de tanta barbárie?

A barbárie, nas ações dos matadores do crime organizado, destina-se a tentar coibir aquilo que as leis dos estados civilizadas e democráticos também tentam por outros meios: a reincidência, a banalização do delito e a respectiva impunidade.

Nas sociedade regidas por leis escritas ou consensuais, toda conduta contra as determinações legais são passíveis de punição, que vão desde penalidades pecuniárias e reparatórias – indenização e multas – até a pena de morte em suas várias possibilidades. Os matadores do comando do tráfico de drogas seguem a mesma ideologia, só que de forma própria, desumana e única.

Assim como o comércio em geral, o comércio de drogas opera no atacado, no varejo, na entrega a domicilio e também no crédito e na fidúcia. Aliás, a grande maioria das transações econômicas e financeiras do tráfico de drogas se dá na base da palavra, e não em contratos que precisam ser chancelados por autoridades externas ou fiadores.

No mundo do tráfico a palavra, depois das drogas, é o ativo mais valioso compartilhado, e quando ela falta, a pena é a morte trágica e inevitável.

Sobre as cenas bárbaras do assassinato daquelas moças na flor da idade, que sofreram mais de cem perfurações, muitos de nós poderíamos pensar ainda; não seria melhor “comê-las” ou explorá-las sexualmente ao invés de simplesmente matá-las? Afinal de contas, existe um mercado nefasto e vergonhoso de prostituição e sexo de luxo, inclusive com farta frequência de políticos e empresários renomados do ESTADO DO AMAZONAS.

Como esta série de reportagens se refere aos cem mil motivos que fariam a maioria das pessoas preferir ficar fora do alcance do poder das organizações criminosas, temos que informar que aquelas moças assassinadas e decapitadas já haviam passado da fase da prostituição forçada e da exploração sexual, como forma de “se limpar” com os traficantes.

Para muitas moças adolescentes, as drogas chegam através de amigos, amantes e namorados, em festas e comemorações em que a suposta liberdade e maturidade podem levá-las a querer-poder-fazer tudo. Depois que passam a ser dependentes, essas moças percebem que droga, prazer e liberdade sexual têm um preço a ser pago. Como diria a música dos Platinados, quem tem boca vai a Roma, mas quem tem grana vai à boca. Porém, mulheres bonitas que não têm grana e vão à boca com frequência têm que pagar o preço combinado, preferencialmente com dinheiro, mas se não tiver o suficiente, pode-se pagar com o que se tem e mais algumas “chupadas” e trepadas até o limite suportado pelo dono da boca de fumo. Mulheres bonitas que se viciam, pagam com sexo e prostituição forçada a droga que consomem.

Depois, quando ultrapassam esse limite, para conseguir drogas precisam se prostituir com os contatos endinheirados dos traficantes próximos ao “boqueiro”. Nesse nível, prostituição e dependência passam a ser a mesma coisa. A garota se prostitui para pagar sua necessidade de droga e se droga porque está sendo obrigada a se prostituir.

No final, após ter sido consumida pelas drogas, pela prostituição forçada e pelo desespero das famílias sem resposta a qualquer tentativa de salvá-la, o que resta é um corpo deplorável, sujo e cheio de hematomas, com um monte de dívidas com os criminosos e sem ter como pagar…..como já não serve mais para os prazeres sexuais, só resta deferir a última sentença: morte e decapitação para servir de exemplo. Sem dó, sem piedade e sem qualquer consideração, porque o traficante sabe que nesse jogo entre drogas, prazeres e festas sem fim, aparecerá outra jovem, mais bonita e “gostosa” que a anterior, e que mais cedo ou mais tarde, dedicará mais tempo se drogando do que estudando ou confraternizando com a família.

 

 

 

 

 

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