Hoje pela manha manhã recebi um vídeo de uma mulher sendo atacada e estuprada por um homem não identificado. O […]

Estupradores tem deformação moral, mas poucos são doentes

Hoje pela manha manhã recebi um vídeo de uma mulher sendo atacada e estuprada por um homem não identificado. O vídeo causa grande repúdio e nos deixa impotente de tanta barbaridade. Parece um animal abatendo sua presa, que depois de desfalecida, arrasta para algum lugar para devorar sossegado sem ser importunado por outros predadores. A cada 11min uma mulher estuprada no país, revelam dados do 9­­º Anuário de Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Vamos ao video:

Mas ao contrário do que se pensa na maioria dos que lidam com a saúde mental afirmam que a prática de estupro não é necessariamente um doente mental que faz, mas uma pessoa sem valores morais e éticos.

“São agressores que não escondem a identidade porque, para eles, essa é a utilidade da mulher. Eles escolhem locais seguros. São pessoas que convivem bem na sociedade, mas sempre vendem a fama de machão”, afirma Ilana Casoy, especialista em traçar o perfil psicológico de criminosos.

Mas o que leva ao estuprador (abusador) de crianças e de mulheres?

Psiquiatra explica como funciona a mente de um estuprador

Ayca Abakan da BBC Turc

Num momento em que as mulheres turcas começam a levantar a voz contra o estupro, o abuso e o assédio sexual, a BBC entrevistou a psiquiatra Sahika Yuksel, em Istambul, para tentar entender como funciona a mente de um estuprador:

BBC: Por que homens estupram? O que motiva um estuprador?

 Sahika Yuksel: É completamente errado supor que homens estupram por causa de necessidades hormonais. Um homem na rua não estupra uma mulher de qualquer jeito. Sabendo que é algo impróprio, eles tendem a fazê-lo secretamente.

O estupro não é um ato sexual. É um ataque. Trata-se de vencer, de conseguir um objeto – e a mulher é objetificada neste caso. Trata-se de poder. E há também pessoas que sentem prazer com isso

 Sahika Yuksel: O estupro não é um ato sexual. É um ataque. Trata-se de vencer, de conseguir um objeto – e a mulher é objetificada neste caso. Trata-se de poder. E há também pessoas que sentem prazer com isso.

O estupro é considerado o comportamento mais grave (em relação a uma mulher), isso é verdade, mas não é o único tipo de agressão que os homens cometem.

Quando a violência psicológica, a violência física, a violência financeira, o desrespeito por direitos das mulheres e a discriminação são permitidos e normalizados, também ocorrem estupros.

BBC: A maneira como um homem é criado tem alguma relação com o fato de ele cometer agressão sexual na vida adulta?

Yuksel: As crianças são educadas de acordo com valores que atribuem mais poder aos homens na cultura. A mãe é ensinada a tratar seu marido de maneira diferente e a obedecer a sua dominação autoritária. Portanto, ela espelha esse comportamento com seu filho e com sua filha. Sabemos que meninas cujas mães enfrentaram violência doméstica tendem a sofrer mais violência em seus próprios casamentos e relacionamentos. Homens cujas mães apanharam de seus pais têm maior tendência a serem abusivos em seus próprios relacionamentos.

Especialistas explicam o que costuma se passar na cabeça desses criminosos

Perversos a ponto de destroçar a capacidade das vítimas de buscar justiça, os crimes sexuais são permanentemente catalogados e estudados pela psicologia forense. Nenhuma das explicações que a ciência encontra para esse tipo de violação, no entanto, serve para tirar os estupradores do grupo mais abjeto de agressores de que se tem notícia. Acima de todas as classificações possíveis, sustenta-se inabalável a certeza de que, entre outros traços, os autores de crimes sexuais desprezam a condição humana das vítimas, são capazes de recorrer à violência extrema e sempre voltam a atacar sem remorsos.

Tipos de estupradores

Românticos: Cada categoria de estuprador tem especificidades importantes para a polícia. O tipo chamado de ‘romântico’ tem como característica o hábito de procurar as mesmas vítimas. E essa é uma arma para a polícia, que tenta emboscar o criminoso em uma das investidas reincidentes. Os casos investigados levam a crer que geralmente são homens solteiros, de poucos amigos, e que procuram dar ao crime características de um encontro. “É o único tipo de criminoso contra o qual a mulher ainda tem chance de reagir, pois diante de uma reação desesperada, ele é capaz de largá-la”, diz Ilana. Os ataques dos ‘românticos’ ocorrem geralmente em intervalos de uma ou duas semanas.

Vingadores: Conhecidos pela violência, os ‘vingadores’ têm por principal objetivo machucar a vítima. É um homem que sofreu, ou pelo menos imagina ter sofrido alguma injustiça de uma mulher. Quase sempre esse estuprador conhece a vítima e ataca em intervalos maiores, a cada seis meses ou um ano. “Para estes, o sexo é uma agressão, momento no qual ele mostra raiva e humilha a vítima”, observa Ilana.

Sádicos: Já o tipo ‘sádico’ tem potencial para se tornar um serial killer. Em geral, sabe escapar da polícia e dificilmente tem antecedentes criminais. Alguns apresentam transtornos psiquiátricos, planejam o crime com cautela e erotizam a violência. “Ele vai aumentando o grau de violência em relação à vítima até a hora em que a mata”, afirma. Foi esse o caso do maníaco do parque – que confessou ter estuprado e matado dez mulheres em 1998 na região do Parque do Estado, na capital paulista -, que agia sempre da mesma forma e terminava matando as vítimas. Os investigadores concluíram que o objetivo dele era machucar as mulheres, a quem culpava pela disfunção erétil.

Oportunistas: Ele, cuja motivação inicial não era estuprar. Isso acontece em casos de assalto a residências. O objetivo do crime é apenas se apropriar de objetos de valor, mas o criminoso enxerga na situação indefesa da mulher a oportunidade para o abuso sexual. Especialistas são taxativos ao dizer que o estuprador – de qualquer tipo – não é necessariamente um criminoso com problemas psicológicos. Atos como o de cortar ou desligar o telefone da vítima, imobilizar com uso de cordas, adotar rituais como o de dar banho na vítima não significam necessariamente transtornos. Em vez disso, indicam o grau de experiência do criminoso.

Dentro do universo de estupradores com patologia, a mais comum é a psicopatia. O psicopata tem como principal característica a falta de culpa e de remorso. É uma pessoa sem empatia em relação a outros seres humanos e incapaz de prever as consequências dos seus atos. “Toda doença mental é multifatorial. Grande parte dos psicopatas apresenta transtorno de conduta quando criança. São pessoas que viviam em ambientes violentos e socioeconomicamente ruins, sem a figura de uma pessoa cuidadora. Além dos fatores ambientais, há também os biológicos, mas para estes as pesquisas ainda estão em fase inicial”, diz o psiquiatra Antônio de Ávila Jacintho, pesquisador do Laboratório de Psicopatologia Fundamental da Unicamp.

A recuperação de um criminoso sexual por tratamento psiquiátrico existe, mas não é simples nem usual. Além de dispendioso, é dificílimo tratar alguém que não acredita ter culpa, ou sequer considera que cometeu um crime, afirmam os especialistas. Entre os profissionais dedicados a esse tipo de tratamento, é infinitamente maior a preferência por atender as vítimas, não os autores. O resultado é o esperado: estupradores, depois de algum tempo presos, voltam para as ruas e cometem outros abusos.

A saída não está, portanto, em práticas ou políticas de tratamento, mas na eficácia das investigações, nas estatísticas criminais e na segurança pública – todas deficientes na maior parte do país. “Hoje, no Brasil, são oferecidas drogas anti-impulsivas e psicoterapia comportamental. A eficiência é limitada. Acho excelente a terapia hormonal, como nos Estados Unidos. É uma alternativa que se deveria considerar. Mas aqui todos os que se dizem politicamente corretos atacariam a ideia”, afirma o psiquiatra José Geraldo Taborda, da Associação Brasileira de Psiquiatria. Em parte dos estados americanos, é permitida a castração química, na qual se injeta hormônios que bloqueiam a testosterona, tornando um abusador contumaz alguém sem capacidade ou ímpeto para cometer ataques.

Nos Estados Unidos, além das formas de punição, a sociedade civil passou a adotar a prática de difundir informações sobre os condenados por crimes sexuais – em especial os de pedofilia. Sites que oferecem dados de criminosos sexuais em liberdade condicional informam endereço, nome e até exibem fotografias dos abusadores. Na Califórnia, onde uma lei proíbe que um criminoso sexual condenado viva a menos de 600 metros de parques públicos, moradores começaram a adotar um procedimento curioso: com pedidos às autoridades locais, são construídos pequenos parques para ocupar áreas como terrenos, sobras de terreno e outros espaços públicos. Assim, empurram para longe de suas casas os condenados por estupro, pedofilia ou outros abusos.

Elaborado por Elias Moura – psicanalista e teólogo

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2 thoughts on "Estupradores tem deformação moral, mas poucos são doentes"

  1. Adorei sua matéria de fato relata a realidade da vida de ser humano cruel mentis doentes, precisamos de matérias assim esclarecedora, o perfil de cada estuprador como eles se comportar diante da situação para pegar sua presa, assim podemos criar um mecanismo de prevenção para segurança da população que conviver diariamente exposta à crueldade seja de qual forma for físicas ou psicológicas, essa é a realidade que estamos vivendo. As pessoas estão doentes.

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