Eu sou maluco por viver a vida intensamente, vivendo cada minuto como se fosse o último, pois sei que o […]

O maior maluco que já existiu

Eu sou maluco por viver a vida intensamente, vivendo cada minuto como se fosse o último, pois sei que o amanhã a Deus pertence, mas o hoje pertence a mim. Por isso, durmo apenas 5 horas por dia e levo uma vida bastante agitada, e mesmo assim me considero saudável e sortudo, pois é incrível a quantidade de gente que morre sem ter tido um vício na vida [se é que viveram…]. Enquanto isso, eu vou seguindo firme e forte, graças a Deus e a minha constante maluquice!

Sou maluco por adorar a vida boêmia, amar a vida noturna da cidade, por estar cercado de amigos o tempo todo – mesmo os falsos e invejosos que se misturam com os verdadeiros e sinceros -, aceitando, assim, o espaço que nos separa. Amo continuar bebendo minha cerveja todo o santo dia sem depender de ninguém, e principalmente sem dar satisfações a ninguém [o que é mais importante!]. Podem até me rotular de alcoólatra, mas o que eles não sabem é que eu estou apenas vivendo. Como diria o cantor e poeta visionário Zé Geraldo: “O homem que não tem vício é um fraco!”, e me faz seguir outro pensamento seu: “Meu amigo, meu compadre, meu irmão, escreva sua história pelas suas próprias mãos…”.

Sou maluco por gastar meu dinheiro sempre com pequenas coisas que me trazem grandes felicidades. Considero-me diferente dos tipos conscientes por ter amigos das mais variadas classes sociais, e não sentir diferença nenhuma, já que do meu amigo médico ao meu brother hippie, o espaço intelectual é bastante peculiar e eu só aprendo com tudo isso.

Sou maluco por nunca ter mudado meus ideais, apesar de as ideias sempre mudarem o curso da história. Sobrevivo hoje como sempre fiz no passado, ou seja, vivendo a realidade e curtindo a fantasia, pois todo homem deveria ter pelo menos uma hora de loucura infantil por dia [isso eu acredito que não seja errado].

Sou maluco por amar a todos que me cercam com amor ou mesmo ódio. Posso dizer com toda a verdade do meu coração: eu nunca consegui odiar um inimigo! Aliás, pra ser sincero, eu nunca tive inimigos, apenas desavenças. E mesmo assim, procurava sempre buscar a reconciliação sem esse papo de não querer dar o braço a torcer, pois acho isso ridículo. Por isso sou mais maluco ainda.

Sou maluco por não TEMER, e sim CRER! Creio em Deus pelo nome de nosso senhor Jesus Cristo, não através de imagens ou líderes religiosos. Não considero Deus como o Senhor dos Exércitos ou um castigador sem piedade, eu acredito em Deus como Pai! E creio com o coração sem nenhuma ambição de conquistar vitórias, pois já me considero um vitorioso desde o momento do meu nascimento [graças a Deus!].

Sou maluco de verdade por me manter maluco durante tanto tempo. Conforme meus amigos foram evoluindo suas condutas perante a sociedade, eu continuei fazendo minha própria evolução, por todas as horas em que chorei perante qualquer injustiça em qualquer parte do mundo com qualquer pessoa. Quando sofri com a tristeza alheia e explodi de alegria pela felicidade do meu próximo, mas, principalmente, sou maluco por todas as vezes que ajudei de coração, e não apenas com esmola ou tapinha nas costas.

Sou maluco por acreditar que ainda vou presenciar, mesmo em leito de morte, o dia em que o povo lutará contra todos os algozes que, por tempos, causaram tanto deletério no bom senso crítico da sociedade, viciando os homens de bem num mundo de corrupção e poder paralelo, onde prevalece a lei do mais esperto. E sei que só a educação familiar é capaz de mudar tudo isso, pois mesmo na escola é difícil de ensinar postura social, já que até para alfabetizar é complicado. E tudo isso só depende do povo, e sou maluco por acreditar nessa utopia como algo que logo se realizará no Brasil.

Sou maluco por aceitar todas as críticas devidamente postas em prática quando o assunto é comportamento, tecnologia, mudança de hábito e, até mesmo, que o mundo está mudando. O mundo não mudou porra nenhuma! São as pessoas que se transformam, ou são o que desejam, ou procuram ser o mais diferente possível do que sonhavam ser um dia… por quê? Para fugirem de um suposto fracasso! E por não aceitar essa “mudança” eu continuo maluco.

Continuo mais maluco por saber que só os malucos são capazes de mudar o mundo, de buscar a paz e de entrar para a história, pois o maior maluco que já existiu no mundo, morreu crucificado em nome do amor, provando para a humanidade de uma vez por todas que toda a sabedoria do homem é loucura para Deus.

 

*Sid Sheldowt é compositor, poeta e escritor. Autor do livro Apocalipse Tribal.

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