A Polícia Federal indiciou o presidente Michel Temer nos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um inquérito […]

Temer é indiciado por corrupção e lavagem de dinheiro em inquérito da Odebrecht

A Polícia Federal indiciou o presidente Michel Temer nos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um inquérito que apura um repasse de R$ 10 milhões feito pela empreiteira Odebrecht ao partido de Temer, o MDB, em 2014, de acordo com relatório policial.

O documento aponta que Temer recebeu R$ 1,4 milhão ao longo de março daquele ano por solicitação do atual ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, e que pode ter recebido mais recursos em setembro, que teriam sido entregues no escritório de advocacia de José Yunes, amigo pessoal e ex-assessor de Temer.

No relatório, a PF afirma ainda que o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima filho, também amigo pessoal e ex-assessor de Temer, teria sido o intermediário do então vice-presidente da República no recebimento dos recursos pedidos por Moreira Franco à Odebrecht.

A investigação aponta, além de Moreira, o atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, como beneficiário de recursos passados pela Odebrecht. “Os valores não reverteram somente ao atual ministro-chefe da Casa Civil, tendo sido endereçados também ao excelentíssimo senhor presidente da República, Michel Temer, na pessoa de João Baptista Lima Filho”, afirma o relatório.

Padilha também foi indiciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, assim como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que está preso. Moreira foi indiciado por corrupção passiva.

Em nota, o Palácio do Planalto classificou as conclusões da Polícia Federal no inquérito de “um atentado à lógica e à cronologia dos fatos”, e afirma que o que foi pedido à Odebrecht durante um jantar em 2014 foram recursos para campanhas eleitorais que, de acordo com a nota, foram registrados na conta do partido e declarados à Justiça Eleitoral.

“Agora, sem conseguir comprovar irregularidades nas doações, o delegado aponta supostos pagamentos ocorridos em março como prova dos crimes, ou seja, dois meses antes do jantar”, afirma a nota. “A investigação se mostra a mais absoluta perseguição ao presidente, ofendendo aos princípios mais elementares da conexão entre causa e efeito.”

As conclusões da PF seguem para a Procuradoria-Geral da República que pode usá-las como base para o oferecimento de uma denúncia, pedir novas investigações ou até pedir o arquivamento do caso ao STF.

*Fonte: Agência Reuters

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